quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Será?


“Será?”

Era tudo que conseguia pensar naquele instante. Olhava o sorriso emocionado do homem que a tinha como centro do universo e imaginou como seria sua trajetória nessa terra a partir de então. Pensou no quanto ele a amava e no quanto ela seria “feliz”.

Sua espinha estremeceu quando olhou pra seus pais e para os pais do homem que sabia, seria o que amaria eternamente.

Todas as indagações estavam saltitando, pulsando, vibrando e explodindo ali na sua frente. Não tinha todas as respostas e só o que via era o sorriso lindo do homem pelo qual seria capaz de tudo.

A incerteza de um futuro ao lado dele a amedrontava. Estariam preparados?

E a rotina, a convivência diária? O que aconteceria?

Olhou pra igreja, pros convidados, padrinhos e por fim pra imagem de Sto. Antônio no altar.

Sorriu pro homem da sua vida. Soltou-lhe as mão. Lhe deu um beijo caloroso que fez os convidados vibrarem e fazer a cabeça de Otávio girar.

Arrancou os sapatos jogou pro lado. E gritou sorrindo e aliviada:

“Não!”

Correu pelo corredor em direção à porta esvoaçando o vestido sob os olhares aflitos de todos. Quase lá fora se voltou pro noivo, retirou os cabelos do rosto e gritou novamente:

“Vem amor! E vamos pra festa gente. Ninguém precisa disso não.”

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Fotinha da Flávia Carvalho http://flaviadicarvalho.wordpress.com/

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A mão é sua.

Corre.

Hoje é seu dia!

Não venha pulando como criança.

Pois hoje não ligo

se não sou nada além

De alguém que te agita.

Se você me irrita.

Se por mim palpita

Seu coração vadio.


Corre.

Hoje pode ser seu dia...

Mas venha sem esperança.

Hoje não ligo

se você é alguém.

Que me desprezou.

Se você me desejou,

Se por você se quebrou

Meu coração vazio.


Corram.

Hoje é o dia!

Mas não parem no sinal.

Sou de todos e não sou de ninguém.

Cheguem mais perto.

Meu corpo está liberto.

Ele está aberto

À todas as possibilidades.


Há dias que você é deus.

Há, que você não existe.

Há noites que não me importa se é você ou não.

Há, que me desespero.


Mas então vamos lá!

Quem pegar é dele.

1, 2, 3 e já!

Será?


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Foto do fotógrafo curitibano Cadu Silvério. http://www.flickr.com/photos/cadusilverio/