sábado, 27 de agosto de 2011

Partida



E chega a hora de ir embora. Vejo as luzes dos postes da larga avenida vazia passando.
Passam sem pressa e eu já hipnotizado, mas não por elas, nem percebo  a música que ouço.
Caminho de casa? Nem sei, mas o carro vai sozinho.
Neste momento o querer briga com o a real necessidade de voltar à rotina da vida.
E isso todos sabem que não é uma coisa fácil.
Sair do conforto do acalanto é por vezes um nascimento, com toda sua dor e luz que ele traz.
Com vontade avessa à que tenho de ir, imagino a volta e toda a delícia que ela guarda.
Respirar agora é diferente: é só pra sobreviver.
De tudo resta a fadiga, mas esta é um retrato colorido em 3D e com cheiro do que posso chamar de muito bom.
E o muito bom não depende de mim nem de você, mas do que fazemos com o que já tem um enorme potencial.
Carrego comigo a lembrança de você contrastando com o lençol, do beijo que achei que seria mais um e se revelou relevante, do abraço forte que me fez menino e do olhar que me falou mais do que todas as bobagens que te disse.

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E esta foto linda aí de cima é da fotógrafa riopretense. Nathy Silva.


Mais fotos da Nathy AQUI