Até hoje, ele foi o cara mais bonito e supostamente o mais interessante que Emilia viu com seus olhinhos ávidos e pequenos. Sentadinha como estava no ponto de ônibus na rua de cima da faculdade, ficou imaginando que posição seria a melhor para ser notada por aquele intrigante ser que vinha a passos largos, olhando a movimentação da rua. Cruzou as pernas, descruzou, levantou, arrumou a saia, foi até o outro lado do ponto de ônibus pra ter mais campo de visão. Não tinha tempo pra passar um batom, então acreditou na beleza natural e fez uma cara que acreditava ser amistosa misturada com um ar de inteligente. (pra balancear as coisas).
E lá vinha o cara todo, todo. Imaginou alguns diálogos e em como impressiona-lo quando ele parasse para conversar. Sabia que era o homem da sua vida, sua alma gêmea e que suas vidas já estavam ligadas. Ele veio vindo, veio vindo, chegou e passou!
Como assim? Nem olhou pra cara de Emília. Que de amistosa com ar de inteligente passou pra indignada com ar de frustrada, mas como sentiu vergonha de si, disfarçou com um “Q” de “tô nem aí”. Mas no fundo doeu.
Ficou ali parada com cara de paisagem, a ver o homem da sua vida ir pela calçada a fora, sem nem sequer notar sua presença no mundo. Pior é que não tinha volta, ela já tinha entendido há instantes atrás o sentido maior de sua vida: dedica-la àquele homem, que nem se quer lhe dera graça...
Indignada se dispôs a segui-lo. Saiu em passos curtos, porem rápidos atrás do jovem rapaz. Viu quando atravessou a rua e dobrou a esquina em direção ao centro da cidade. Deu um piquezinho até ficar a apenas alguns metros do distinto.
O rapaz percebeu seu cadarço desamarrado e se abaixou. Ela disfarçou um olhar pela vitrine e esperou o tempo do laço. Continuaram a caminhada. Para onde, ela desconhecia, mas não importava. Queria uma chance de ser notada pelo rapaz que seguia seu caminho.
Caminharam mais algumas quadras, então o rapaz entrou numa sorveteria. Encostou no balcão e a atendente se aproximou. Emilia encostou do lado. Suas mãos suavam e como nem sabia o que estava fazendo ali, ficou olhando pra tabela de sabores na parede em frente.
A atendente perguntou o que ia ser e ele prontamente escolheu uma casquinha de chocolate suíço. Emília soltou: Meu preferido! Sorriu pro rapaz, que lhe dadivou, retribuindo com outro que mostrava todos os dentes. Isso causou tremor em Emília que respirou e pediu um do mesmo sabor.
E lá vinha o cara todo, todo. Imaginou alguns diálogos e em como impressiona-lo quando ele parasse para conversar. Sabia que era o homem da sua vida, sua alma gêmea e que suas vidas já estavam ligadas. Ele veio vindo, veio vindo, chegou e passou!
Como assim? Nem olhou pra cara de Emília. Que de amistosa com ar de inteligente passou pra indignada com ar de frustrada, mas como sentiu vergonha de si, disfarçou com um “Q” de “tô nem aí”. Mas no fundo doeu.
Ficou ali parada com cara de paisagem, a ver o homem da sua vida ir pela calçada a fora, sem nem sequer notar sua presença no mundo. Pior é que não tinha volta, ela já tinha entendido há instantes atrás o sentido maior de sua vida: dedica-la àquele homem, que nem se quer lhe dera graça...
Indignada se dispôs a segui-lo. Saiu em passos curtos, porem rápidos atrás do jovem rapaz. Viu quando atravessou a rua e dobrou a esquina em direção ao centro da cidade. Deu um piquezinho até ficar a apenas alguns metros do distinto.
O rapaz percebeu seu cadarço desamarrado e se abaixou. Ela disfarçou um olhar pela vitrine e esperou o tempo do laço. Continuaram a caminhada. Para onde, ela desconhecia, mas não importava. Queria uma chance de ser notada pelo rapaz que seguia seu caminho.
Caminharam mais algumas quadras, então o rapaz entrou numa sorveteria. Encostou no balcão e a atendente se aproximou. Emilia encostou do lado. Suas mãos suavam e como nem sabia o que estava fazendo ali, ficou olhando pra tabela de sabores na parede em frente.
A atendente perguntou o que ia ser e ele prontamente escolheu uma casquinha de chocolate suíço. Emília soltou: Meu preferido! Sorriu pro rapaz, que lhe dadivou, retribuindo com outro que mostrava todos os dentes. Isso causou tremor em Emília que respirou e pediu um do mesmo sabor.
Ficou perturbada na busca desesperada por um assunto, quando percebeu que ele já não estava mais ali do lado, tinha deixado uma moeda e já estava na rua. Quando a garota veio com seu sorvete, Emília já estava na porta olhando pra que lado ele havia ido. Ia abandonando o sorvete, quando a atendente a chamou e perguntou se o celular sobre o balcão era seu. Agarrou o aparelho e saiu correndo pra calçada. Correu, correu e o avistou dobrando outra esquina. Quase planou com a velocidade que atingiu na corrida.
Ao chegar à esquina o viu subindo num ônibus que saiu veloz...
Sentindo um misto de frustração, ódio, pena de si e dor nas pernas, fez cara de “mas que merda!”. Levantou os braços, os soltou sob as pernas e fez bufa com a boca, manifestando sua desolação.
Voltou cabisbaixa, se sentindo a personagem da música “A Formula do Amor” do Kid Abelha. Repassou tudo o que fez, e se sentiu a mais tola das criaturas da face da terra. Com vergonha de si, tentou fazer cara de “tô nem aí, com desdém disfarçado” mas só conseguiu fazer “cara de tonta” mesmo. Pois era assim que estava se sentindo. Veio se lastimando o caminho de volta, até chegar ao ponto de ônibus, onde estava no início de tudo. Sentou no banco do ponto do lotação com ombros pra frente, pés separados e joelhos juntos.
Começou a chuviscar e um cachorro da rua que tinha um sorriso simpático, veio ao seu lado pra se abrigar da chuva que começava a engrossar. Olhou pra ele e disse: Cê também se sente uma bosta às vezes?
Ele botou a língua pra fora, fez movimentos com a boca e voltou a sorrir olhando a chuva que caia e tentava entender com sua cabecinha limitada o que estava acontecendo com o mundo e de onde vinha aquela água.
Emilia então sentiu algo estranho acontecendo. Uma música começou a tocar. Era “Seu Nome” do Vander Lee, não entendia de onde vinha, até que por um estalo, lembrou do celular do rapaz fujão. Seu coração foi envolvido por um calor vermelho e laranja que a fez se sentir leve, com tanta esperança que se derramou sobre seu corpo.
Ao chegar à esquina o viu subindo num ônibus que saiu veloz...
Sentindo um misto de frustração, ódio, pena de si e dor nas pernas, fez cara de “mas que merda!”. Levantou os braços, os soltou sob as pernas e fez bufa com a boca, manifestando sua desolação.
Voltou cabisbaixa, se sentindo a personagem da música “A Formula do Amor” do Kid Abelha. Repassou tudo o que fez, e se sentiu a mais tola das criaturas da face da terra. Com vergonha de si, tentou fazer cara de “tô nem aí, com desdém disfarçado” mas só conseguiu fazer “cara de tonta” mesmo. Pois era assim que estava se sentindo. Veio se lastimando o caminho de volta, até chegar ao ponto de ônibus, onde estava no início de tudo. Sentou no banco do ponto do lotação com ombros pra frente, pés separados e joelhos juntos.
Começou a chuviscar e um cachorro da rua que tinha um sorriso simpático, veio ao seu lado pra se abrigar da chuva que começava a engrossar. Olhou pra ele e disse: Cê também se sente uma bosta às vezes?
Ele botou a língua pra fora, fez movimentos com a boca e voltou a sorrir olhando a chuva que caia e tentava entender com sua cabecinha limitada o que estava acontecendo com o mundo e de onde vinha aquela água.
Emilia então sentiu algo estranho acontecendo. Uma música começou a tocar. Era “Seu Nome” do Vander Lee, não entendia de onde vinha, até que por um estalo, lembrou do celular do rapaz fujão. Seu coração foi envolvido por um calor vermelho e laranja que a fez se sentir leve, com tanta esperança que se derramou sobre seu corpo.
Enquanto olhava o aparelho que cantava desesperado aquela canção, se preparou para atender o chamado. Tinha certeza de que sua vida estaria mudada a partir de então. Que não mais seria avulsa e que o homem de sua vida estava ali do outro lado da chamada, alheio a todo um futuro que o esperava ao lado dela.
Um estrondoso trovão fez tremer o chão. Olhou pra cima e se encolheu num ensaio de proteção. Respirou fundo e disse com voz doce e uma cara de “agora vai!”:
"Alô!"
Um estrondoso trovão fez tremer o chão. Olhou pra cima e se encolheu num ensaio de proteção. Respirou fundo e disse com voz doce e uma cara de “agora vai!”:
"Alô!"
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A ilusração foi gentilmente cedida por Orlandeli.
Valeu rapaz, é uma honra ter uma obra sua aqui no meu blog. Obrigadão mesmo !!!
Segue abaixo alguns link para vocês apreciarem mais alguns trabalhos dele:
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Como todos os seus textos esse não poderia ser diferente... Lindo, lindo! Só pra variar, Valmir, eu te odeio...rsrsrsrs... beijão, Bia.
ResponderExcluirque tal postar esse no recanto?
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