terça-feira, 24 de agosto de 2010

Retratos



O dia amanheceu com um cheirinho novo, porém com nuances já conhecidas por muito naquela manhã de sábado.
O “acampamento” foi montado bem no meio de um canteiro no antigo “shopping azul” e mal sabíamos das aventuras que teríamos a seguir.
Os primeiro dias de captação de imagens para o curta “Retratos” de Bia Leles, foram debaixo de um sol forte e um  céu azul, lindo que nos proporcionaram  marcas de camisetas e imagens que superaram expectativas.
O legal foi que passar tantas horas no meio de uma praça com um fluxo tão grande de moradores de rua, transeuntes, “solícitos”, artistas, cantores de rap e curiosos, pode crer que serviu pra nos abrir os olhos pra uma realidade que quem passa rapidinho não imagina. Isso não tem preço e fica meio que como uma sementinha. 
Como isso vai germinar na cabeça de cada um é um mistério.
Mas dentre outras coisa, já descobrimos que alguns moradores de rua tem celular e falam horrores.  
Que somos todos um bando de viados e sapatões (um atrás do outro, mesmo quem é casado).
Que nossa equipe adora banana e que a casca também é comestível. Fita adesiva também.
Que comer marmitex na praça sentadinho no chão não mata ninguém e nem é tão ruim assim...
Protagonistas são deliciosos.
Causamos vergonha de ser brasileiro em algumas pessoas. Aff!
Violão é uma coisa que relaxa a gente! 
Figurante não é uma coisa fácil de se arrumar.
Margarida é retrô e não se acha mais. Aliás, a Saga em Busca da Margarida Perdida pelo visto terá capítulos sensacionais durante os próximos dias.
Insanidades à parte, sempre estávamos, ora esperando o fim da captação com os balões com gás hélio só pra fazer voz fininha, ora tentando fazer um transeunte ou outro circular, pois queriam fazer parte do elenco, da produção ou da atmosfera divertida.
Enfim, fazer cinema sem incentivo, sem dinheiro, só com a cara e a coragem da trabalho,  mas êêêh, coisa boa!
Ver o filme surgindo a cada captação, cada detalhe discutido, cada insegurança sendo superada já é pagamento que nos dá a sensação de estarmos devendo troco.

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Foto do Fotógrafo Luiz Aureo. 


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Roletatividade.



Você me deu a mão e saímos correndo e gritando pra pegar impulso.
Acreditamos na capacidade de nossas asas e alçamos vôo.
Como pássaros brincamos de “ser livres”.
Te levei a lugares onde você nunca havia visitado e te mostrei o meu mundo.
Você se deu o direito de ficar doente de paixão e se mostrou sem medo.
Pedi para que não mentisse. Ou que mentisse, se isso fosse conveniente.
Liberto de pudores te aceitei.
Conheci seus mais “pejoráveis” adjetivos e até me apaixonei por alguns deles.
Te conduzi numa dança só minha e você se soltou. Não se importou com os olhares desejosos, ciumentos, invejosos e desdenhosos.
Fomos nós mesmos, como lhe propus e vivemos intensamente aquele efêmero instante.
Mas... a magia acabou quando sem a aura do tesão, vi tudo aquilo sujo, feio e profano que se esparramava e gritava à minha frente.
Você assim, se tornou "mais um".
Eu te ligo.
Próximo!

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Ilustra gentilmente cedida pelo meu xará Walmir Orlandeli